Carvalho da SilvaO que falta não é talento No discurso de muitos empresários e gestores, de "especialistas" em recrutamento de trabalhadores, de alguns governantes, é contínua a utilização da palavra talento, amiúde de forma manipulada. Ela é utilizada em referência a conhecimentos e capacidades excecionais, ou em substituição do velho conceito recursos humanos, ou até para esconder situações de trabalho de baixíssima qualidade e muita exploração. Ora, em maior ou menor grau e em campos diversificados, todos os seres humanos têm talento. Uma percentagem mínima (em regra diz-se que são 3%) estará nos extremos, do muito ou do pouco. O talento, mais que uma propriedade de cariz individual, é uma característica que se revela em contextos sociais, no desenvolvimento das atividades humanas. No caso do trabalho, em contextos laborais.
Carvalho da SilvaO setor automóvel Foi apresentado, no passado dia 14, em sessão realizada em Lisboa e organizada pela OIT-Lisboa e pelo Ministério do Trabalho, o Relatório "Conduzir a mudança: o futuro do trabalho no setor automóvel português", da responsabilidade da Organização Internacional do Trabalho (OIT). O Relatório, preparado a pedido do Governo português, teve o envolvimento de altos quadros daquela instituição internacional e resultou "de um ano de trabalho intenso de uma equipa de investigação multidisciplinar", composta por técnicos de vários departamentos da OIT e por investigadores do Laboratório Colaborativo para o Trabalho, Emprego e Proteção Social (CoLABOR).
Carvalho da SilvaContradições irritantes O primeiro-ministro (PM) assumiu alguns importantes compromissos com os portugueses, nas áreas do trabalho e da economia, por reconhecer que aí se arrastam problemas crónicos - como é o caso dos baixos salários e da falta de oportunidades para "a geração mais qualificada de sempre" - que bloqueiam o desenvolvimento do país. Todavia, as políticas que vai pondo em prática surgem, cada vez mais, em oposição aos objetivos enunciados.
Carvalho da SilvaAgenda do trabalho digno minguaO Governo aprovou esta quinta-feira, em Conselho de Ministros, uma proposta de lei que integra as alterações à legislação laboral identificadas na Agenda do Trabalho Digno. A ministra do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social manifestou a convicção de que a AR vai ser célere a aprovar aquela proposta de lei e que ela assegura a "valorização dos trabalhadores" em geral e, mais especificamente, "a valorização dos jovens no mercado de trabalho". Tais objetivos são uma necessidade para o país, mas não se chega lá por mera manifestação de intenções.
Carvalho da SilvaImpostos e competitividade Esta semana foi repleta de informações e acontecimentos que retratam bem os perigosos caminhos que estão a ser percorridos à escala global e europeia.
Carvalho da SilvaAs crises: quem sofre são os povosVão-se multiplicando os pronunciamentos políticos que enfocam o inesperado que cada crise nos apresenta, como argumento justificativo de sacrifícios impostos aos cidadãos. Afinal, o que têm de diferente e o que têm em comum as crises que vão surgindo? Porque razão as suas duras consequências recaem sempre sobre o mexilhão?
Carvalho da SilvaPobreza: mitigar e erradicar Todas as promessas de desenvolvimento do país não passarão de falácia se não forem resolvidos problemas estruturais que geram e ancoram a pobreza.
Carvalho da SilvaSer capaz de ver capacidades No mês passado, por convite da Associação de Solidariedade Social "O Tecto", de Vila do Conde, fui desafiado a refletir sobre "O emprego de pessoas vulneráveis para a (re)cidadania". Esta associação tem um longo e dedicado trabalho com pessoas cujas vidas são tolhidas por vulnerabilidades de diversa natureza.
Carvalho da SilvaNutrir as raízes do sindicalismoEste ano, a evocação do Dia Internacional do Trabalhador, dia 1.º de Maio, ocorre num quadro político e social de enorme complexidade e carregado de riscos. A história mostra-nos que em contextos como o que estamos a viver, em que a humanidade parece caminhar para o abismo, é imprescindível uma atenção redobrada ao mundo do trabalho e à importância da organização e da ação coletiva dos trabalhadores.
Carvalho da SilvaA geração mais qualificada Com grande frequência, os nossos governantes e outras entidades classificam a geração que vem concluindo o seu percurso educativo e que está - ou devia estar - a entrar no mundo do trabalho como "a geração mais qualificada de sempre".
Carvalho da SilvaErro ou patranha interesseiraÉ necessário, justo e possível aumentar os salários da maioria dos portugueses? Sim, é uma das medidas de que o país não pode prescindir, inserida numa estratégia que vise a recuperação socioeconómica, a valorização do perfil da economia e a capacitação do Estado para que este nos assegure direitos fundamentais.
Carvalho da SilvaOs oligarcas e os muito ricos Conhecemos a história da guerra no caminhar das sociedades humanas, os seus pressupostos fundamentais, as suas causas e efeitos.
Carvalho da SilvaA panaceia dos baixos saláriosUm destes dias, ouvi na rádio um dirigente de uma confederação empresarial do Norte a defender, enfaticamente, a "importação de mão de obra". O conteúdo daquela afirmação é revelador da fraca preparação de muitos representantes empresariais e relevante por diversas razões. Consideremos fundamentalmente duas.
Carvalho da SilvaNovo Governo, contexto pesado Já sabemos quem serão os ministros do próximo Governo e os âmbitos dos ministérios que cada um vai dirigir.
Carvalho da SilvaA guerra aumenta a exploração Nos debates político e económico a palavra crise surge convocada, vezes sem fim, para justificar políticas duras ou injustas, independentemente de se estar apenas perante uma hipótese de crise, de esta ser encenada ou ser real. Pelo seu impacto destrutivo, pelas cargas de injustiça e violência que gera, pelo seu potencial de horrores e morte, a guerra é a crise das crises, aquela que mais assusta os seres humanos, a que mais nos subjuga, a que mais intensifica a exploração humana. Por tudo isso a exigência de que se ponha fim à guerra é a prioridade das prioridades.
Carvalho da SilvaPlaneamento e políticas públicas Teremos em breve um novo Governo a iniciar uma legislatura longa. O Governo disporá de uma maioria absoluta a sustentá-lo e terá uma agenda de governação carregada de grandes desafios.
Carvalho da SilvaO drama e os seus impactos A brutal agressão à Ucrânia, perpetrada por Vladimir Putin em nome da Rússia, com uma invasão criminosa e ataques de brutal violência sobre os ucranianos, merece-nos condenação inequívoca, exige solidariedade com prioridade em tudo o que possa ser defesa da vida e da dignidade humana.
Carvalho da SilvaAtenção à Segurança Social O Sistema de Segurança Social Público, Universal e Solidário é um dos pilares fundamentais do nosso Estado social de direito democrático.
Carvalho da SilvaTudo ligado com tudo? Ao longo da história sempre se avançou na utilização de novas ferramentas e tecnologias, ou na aplicação prática de descobertas humanas, muitas vezes sem avaliação prévia das suas consequências. É, pois, natural que agora esse procedimento esteja presente na implementação do digital, da robotização, da inteligência artificial e dos diversos novos instrumentos e formas de trabalhar. Mas as condições da vida humana antigas e atuais têm profundas diferenças.
Carvalho da SilvaOs bons patrões e a secretaria O presidente da CIP, entrevistado no programa da RTP "Tudo é Economia" (8/2) afirmou que "ninguém hoje em Portugal consegue contratar pelo salário mínimo", acrescentando que os empresários estão a oferecer entre 750 e mil euros mensais.
Carvalho da SilvaDe quem será a maioria absoluta?Entre as reações ao resultado das eleições, a mais surpreendente será porventura a dos principais dirigentes das confederações patronais e dos banqueiros mediatizáveis. Encontraram uma serena felicidade! Quase afirmam que a maioria absoluta é deles. Em que sentido? Ela liberta o Governo de influências nefastas de Esquerda.
Carvalho da SilvaAproveitar o dia de reflexão Gosto destes dias de reflexão a anteceder os atos eleitorais.
Carvalho da SilvaEscolhas à EsquerdaEm 2015, ao quebrar-se o tabu do velho "arco da governação", ficou claro que se o Partido Socialista (PS) quiser governar à Esquerda pode perfeitamente fazê-lo.
Carvalho da SilvaTortuosa estabilidade A estabilidade é um conceito sempre no cerne do debate político. Trata-se de um requisito reclamado por qualquer governante para "bem governar" e os cidadãos anseiam políticas que lhes propiciem uma vida estável e segura.
Carvalho da SilvaIlusões no virar a páginaNas suas mensagens institucionais deste início de ano, Marcelo Rebelo de Sousa e António Costa afirmaram, em uníssono, a necessidade de "virar a página". Esta expressão conduz-nos, de imediato, para um desejo forte que nos pode e deve mobilizar a todos: libertarmo-nos da pandemia que atrofia a vida de cada um e provoca graves retrocessos na sociedade. Mas, as suas mensagens e os contextos em que se situam podem induzir ilusões, desde logo porque existe uma relação profunda entre passado, presente e futuro, e este não se torna melhor por mero desejo.