O presidente do Credit Suisse Group, o português António Horta-Osório, demitiu-se depois de oito meses no cargo, após quebrar medidas de prevenção contra a covid-19 na Suíça e Reino Unido.
"Lamento que algumas das minhas ações pessoais tenham levado a dificuldades para o banco e comprometido a minha capacidade de representar o banco interna e externamente", disse Horta-Osório num comunicado citado pela agência Bloomberg.
"Por conseguinte, acredito que a minha demissão é do interesse do banco e das suas partes interessadas neste momento crucial", acrescentou.
O português tinha assumido o cargo em maio de 2021. A saída acontece após uma investigação do próprio Credit Suisse Group, com sede em Zurique. O banco nomeou um membro da direção, Axel P. Lehmann, como substituto do Horta-Osório com efeito imediato.
Detalhes das infrações de quarentena, no âmbito das medidas de prevenção face à covid-19, surgiram há pouco mais de um mês.
O português tinha regressado à Suíça do Reino Unido a 28 de novembro e partido para a península ibérica antes de um período de quarentena obrigatório de 10 dias ter terminado, acrescentou a Bloomberg.
Antes, Horta-Osório já teria quebrado as regras em julho de 2021, quando assistiu às finais de ténis de Wimbledon em Londres, contrariando as regras de prevenção no Reino Unido.
"Axel Lehamn é o ideal"
O suíco Axel Lehamn, antigo alto executivo do banco USB, encontra-se no Credit Suisse desde outubro do ano passado e assume o cargo de presidente de imediato.
"Lehmann é o ideal para conduzir a transformação estratégica do banco", disse o vice-presidente do Credit Suisse, Severin Schwan, citado pela agência Efe, acrescentando que respeita a decisão de Horta-Osório.
De acordo com a agência Associated Presse, o português Horta-Osório anunciou a demissão poucos minutos depois da meia-noite tratando-se do mais recente revés no banco suíço que enfrentou uma série de problemas recentes, incluindo maus investimentos em fundos financeiros (hedge funds) e um escândalo interno de espionagem.