Prova produzida poderia ser "contaminada", admitiu tribunal. Bastonário acusa primeiro-ministro de "ingerência".
O Tribunal de Aveiro adiou, na terça-feira, a pedido dos advogados de defesa, o início do julgamento das agências funerárias acusadas de subornarem funcionários da morgue do hospital de Aveiro, por considerar que a prova produzida poderia ser "contaminada" face ao chumbo recente pelo Tribunal Constitucional da chamada lei dos metadados.
A decisão surgiu no mesmo dia em que o bastonário da Ordem dos Advogados, Luís Menezes Leitão, criticou a interpretação feita pelo primeiro-ministro, António Costa, do acórdão do Tribunal Constitucional (TC) e apelou aos associados que "tomem em todos os processos as iniciativas consideradas necessárias à defesa dos seus constituintes, independentemente da forma como" estas "sejam vistas pelo poder político".