Pelo menos três crianças morreram na Indonésia devido a uma hepatite aguda de origem desconhecida, uma doença que já foi confirmada pela Organização Mundial da Saúde (OMS) em cerca de vinte países.
"O público deve estar em alerta após a morte de três pacientes infantis com hepatite aguda", afirmou o Ministério da Saúde da Indonésia na rede social Twitter, citado pelas agências internacionais.
As vítimas morreram nas últimas duas semanas em Jacarta, com sintomas como náuseas, vómitos, diarreia, icterícia, febre e convulsões, segundo as autoridades, que confirmaram a causa da morte no domingo.
No sábado, as autoridades de Singapura comunicaram a hospitalização de uma criança com hepatite aguda de origem desconhecida.
Os primeiros dez casos desta hepatite aguda infantil foram notificados pelo Reino Unido à OMS em 05 de abril, em crianças com menos de 10 anos sem doenças anteriores, e desde então, as infeções também foram registadas em Espanha, Israel, Dinamarca, Itália, Estados Unidos e Bélgica, entre outros países.
A idade dos doentes varia entre um mês e os 16 anos, sendo que a maioria dos casos não apresenta febre e nem vestígios dos vírus normalmente associados a estas doenças (hepatite A, B, C, D e E), de acordo com a OMS.
Os especialistas acreditam que o agente causador da doença pode ser um adenovírus que é transmitido por contacto ou pelo ar, em particular o F41, ou uma variante mais agressiva.
Entretanto, os especialistas não descartam que possa ser um vírus ainda não identificado.
O surto de hepatite aguda infantil verificado em vários países europeus é uma situação "muito urgente" a que a OMS está a dar prioridade, afirmou hoje o diretor regional para emergências daquela agência do sistema da ONU.
"É muito urgente. Estamos a dar prioridade absoluta a isto e a trabalhar de muito perto com o Centro Europeu de Controlo de Doenças e com o Reino Unido, onde está a grande maioria dos casos", disse hoje aos jornalistas Gerald Rockenschaub à margem de um encontro com as autoridades de saúde portuguesas no Infarmed, em Lisboa.
O responsável da OMS Europa para as situações de emergência sublinhou que estão a trabalhar com as autoridades de saúde britânicas, onde se localizam 60 dos cerca de cem casos de hepatite viral ativos.
O surto "de origem desconhecida" foi anunciado pela OMS a 15 de abril.
Pelo menos uma criança morreu e em cerca de 10% dos casos foi preciso fazer um transplante de fígado.
O Centro Europeu de Controlo e Prevenção de Doenças já apelou às autoridades de saúde nacionais para efetuarem uma rápida vigilância dos casos de hepatite aguda em crianças, reconhecendo que as suas causas continuam por determinar.